quinta-feira, 5 de julho de 2012

MIOPINIÃO: God bless the Americans!

   
    Ontem, dia 4 de julho (Independência dos EUA), coincidentemente tive uma conversa super interessante com uma americana - hóspede de um hotel aqui das Bahamas. Myrella era o nome dela; estava feliz da vida por aproveitar um paraíso de férias, onde todo mundo é "cool", tudo é muito relaxante, e toda a música se dança. Aposentada após ter servido 20 anos ao Exército dos EUA, a atual residente do Colorado me contava que estava ainda mais contente pela oportunidade única de ela e o marido (soldado também aposentado) tirarem férias num país tão alegre e divertido, após terem lidado tanto tempo com tristezas, mortes e inúmeras perdas. Durante os anos de Exército, tudo teria acontecido muito rápido: seus filhos cresceram, perderam vários amigos e envelheceram sem se dar conta. "Life is too short, baby", advertiu com convicção.
    Foi aí que a tal da guerra chegou tão rápido à nossa conversa. Assunto delicado, que além do inglês longe de perfeições, muito difícil é comentar ou mesmo citar algo, sem falar bobagens. A verdade é que estamos muito longe da realidade de guerra, terrorismo, armas nucleares, apesar de tão intrinsecamente próximos. Senti muito respeito e admiração por aquela família, pois pensei, "graças a Deus" alguém vai lá por nós, que não vamos. Toquei no assunto - com muito receio - que muitas vezes ouvimos em conversas (tipo blablabla de quem não sabe nada e reproduz frases de mídias ou outras fontes) que os americanos insistem no tema guerra por interesses de poder, etc. Aproveitei para ratificar minha opinião, que não é essa de forma alguma, e para mostrar a minha admiração. "God bless the americans"* - afinal sempre penso, se eles não fossem lá enfrentar isso tudo, quem estaria no campo de batalha para enfrentar a guerra?
    Meu país com certeza, não. De longe, um país neutro como a Suíça ou desajustados financeiramente como vários outros,  muito menos um monte de ilhas "relax" que nem as Bahamas. É impressionante como nos EUA é comum se ver a cada esquina uma bandeirinha, o americano é muito patriota. Tem coisas que só eles conseguem fazer, incrível. Aliás, perguntei à minha "colega" se ela era uma daquelas mulheres bonitas e aflitas de seriados americanos de domingo (Army Wives - Mulheres do Exército, em português), que ficam esperando os maridos voltarem de guerras, e ela disse que "infelizmente sim". Fiquei curiosa se teria escolhido o marido sabendo que ele era um soldado e Myrella me afirmou sorridente, que teriam se conhecido na Coreia. Que "tarefa mais difícil", pensei!
    Depois de um tempinho de conversa de mulher pra mulher, sobre convicções de que somos bem mais fortes que os homens embora eles "saiam à luta", de como conseguimos bem melhor ter mais controle de nossas emoções que eles enfim (...), Myrella me disse que a oração foi o que mais deu forças a ela em todas as vezes que o marido estava fora, servindo. Ela, uma mulher forte, conseguiu sobreviver, como também, excepcionalmente seu casamento. Fim de papo, "I really appreciated"*, eu disse; cada uma de nós duas saiu correndo para ver os fogos do 4 de julho e aproveitar a vida; eu, feliz e satisfeita, por lembrar que minha vida não tem nada de extraordinário, e ela, mais feliz ainda por ter mais três dias de férias animados, coloridos com o azul turquesa do mar e outras coisas mais para aproveitar. Yes, "life is too short".


Mixtradução inglês-português:
* God bless the americans - "Deus abençoe os americanos"
* I really appreciated - Gostei muito!
* cool - legal!

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