quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

MIXOPINIÃO Facebook: "depois de 750 milhões de pessoas, resolvi entrar"

      Já perdi as contas de quantas vezes precisei responder, quase encabulada, "vivo em outro planeta". Tanto na Suíça, quanto nas Bahamas - e principalmente no Brasil - quem ainda não resistiu aos encantos da maior rede de relacionamentos do mundo deve entender a minha resposta nas inúmeras vezes que tentei "quebrar o gelo" e disfarçar o assunto num grupo, em que de certa forma estava excluída. Sim, porque não fazer parte hoje do Facebook é quase que estar fora da vida social. Ou até mais que isso: é não parecer legal, não ter "amigos", estar fora de moda e optar por um tal de ostracismo mais por fora ainda.
    Totalmente "out". Foi assim que me senti, enquanto resistia e recebia aos poucos mensagens de uma certa hipnose pela rede, bem similar àquelas de propaganda "compre, compre, você precisa, você tem que me comprar". Segundo meus princípios, não tinha porquê aderir a idéia, afinal tenho contato com todos os meus amigos, não estaria "precisando" encontrar outros mais, nem estaria à vontade de mostrar minha vida a todos. Acontece que fui levada a repensar. Andei percebendo que até emails alguns amigos já não respondiam mais, e quando os reencontrava e perguntava o motivo do sumiço, rapidamente precisava usar minha resposta-chave: "você tem facebook?". Moral da história: email nesse caso já estaria quase ultrapassado, em desuso. Impressionante.
    Mais interessante ainda é a velocidade em que a rede social se alastrou pelo mundo. De 2004 para cá, o website de Marc Zuckerberg já alcançou a marca de 750 milhões de usuários, sendo o site mais acessado do mundo (com mais de 65 bilhões de visualizações mensais). O fenômeno mudou toda a forma de comunicação, tanto pessoal quanto no sentido de comunidade. A tecnologia evoluiu demais. Como consequência, concedeu às redes - nesse caso ao "facebook" - um poder inimaginável de manipulação. E isso é o que sempre tive o maior receio e respeito. Afinal, os robôs do Facebook são capazes de tudo: editar, ignorar, deletar, além do pior na minha opinião, rastrear você.
     Mas tudo bem, isso não é o maior medo do homem moderno. Ficar sozinho talvez seja maior que isso. É compreensível como um membro passa em média 750 minutos por mês curtindo a rede. A verdade é que é gostoso e viciante o "negócio". Tenho que admitir: estou a-man-do o facebook e adorando reencontrar pessoas que fizeram e fazem parte da minha vida, curtir a velocidade da informação e "bisbilhotar" a vida alheia de vez em quando. Rapidamente eu, como qualquer pessoa, vou chegando perto da média de amigos (são 135 por pessoa)...quantos amigos, não?!
    A verdade é que a comunicação moderna - rápida e superficial - cabe perfeitamente em nosso mundo. Hoje, com mais de 7 bilhões de pessoas no globo, poucas pessoas lamentavelmente querem ou tem tempo para se relacionar de verdade.  Passeios, fotos bacanas, viagens, pensamentos em um click: o facebook para muitos é como um showtime sem fim. E parece estar exatamente aí a chave do sucesso. Legal, divertido, fácil, mas baseado também na "liberdade" do desejo de como cada um quer se ver. E, é claro, como também de ver o outro e se mostrar.

P.S.: E não esqueça: "Like me on Facebook".